Campos dos Goitacazes

A região de Campos era, originalmente, habitada pelos índios Goitaca,  que significa em tupi-guarani, para alguns, "corredores da mata", para outros, "índios nadadores", definição que bem se enquadra a essa nação, devido à habitação de lagoas.

Campos dos Goytacazes começou a ser explorada pelo homem branco, com a doação da Capitania de São Tomé à Pero de Góis da Silveira, que havia chegado ao Brasil na expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza, em 1530. Posteriormente, ficando com seu filho Gil de Góis.

A efetiva colonização da região começou em 1627, quando o Governador-Geral, Martim Corrêa de Sá, doou algumas terras da capitania São Tomé, própria para cultivo, a sete capitães: Miguel Maldonado, Miguel da Silva Riscado, Antônio Pinto Pereira, João de Castilhos, Gonçalo Corrêa da Sá, Manuel Corrêa e Duarte Corrêa. Eles construíram, em 1633, currais para gado, próximos à Lagoa Feia e à Ponta de São Tomé, em reconhecimento pelo seus atos heróicos nas lutas contra os índios e piratas na colonização das terras.

Dos sete capitães, apenas Miguel Riscado se estabeleceu nas terras recebidas. Os outros alugaram as áreas próprias a colonos ou as doaram aos padres jesuítas e beneditinos.
O Governador do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benevides, em 1648, conseguiu a doação das terras da Capitania de São Tomé  que, desde 1615, passou a chamar-se Capitania da Paraíba do Sul, para seus filhos Martim Corrêa de Sá e Benevides, Primeiro Visconde de Asseca, e João Corrêa de Sá. Em poucos anos, a povoação prosperou, sendo elevada à categoria de vila em 1677.                                                                                      Os limites originais da capitania não foram respeitados e os impostos e taxas criados fizeram com que muitos colonos fossem expulsos. 

Iniciou-se, assim, um longo período de violentos conflitos de terras que envolviam, de um lado, os Asseca e, de outro, os descendentes dos sete capitães e criadores de gado. Foram cem anos de domínio dos Asseca, até que, em 1748, explodiu um levante chefiado pela fazendeira Benta Pereira que, aos 72 anos, a cavalo e armada de pistolas, chefiou o combate, que acabou por derrotar os Asseca.

Não demorou, porém, houve uma repressão ao conflito, ordenada pelo Governador do Rio de Janeiro, devolvendo o poder aos derrotados. 
Finalmente, em 1752, apesar dos protestos dos Asseca, a Capitania do Paraíba do Sul foi incorporada à Coroa Portuguesa. Um ano depois, foi anexada à Capitania do Espírito Santo, somente voltando a pertencer à Província do Rio de Janeiro em 1832.

No ano seguinte, foi criada a Comarca de Campos e, em 28 de março de 1835, a Vila de São Salvador foi elevada à categoria de cidade com o nome de Campos dos Goytacases  

Com a riqueza trazida pela cana-de-açúcar, a cidade cresceu e se desenvolveu. As construções de sobrados e solares confortáveis se espalharam por todas as áreas próximas ao Rio Paraíba do Sul.

Uma poderosa aristocracia agrária surgiu da atividade açucareira e passou a interferir na política e no poder do Império.
Por sua importância, Campos recebeu quatro vezes a visita de D. Pedro II. Na primeira, em 1883, quando o imperador inaugurou a luz elétrica da cidade, que passou a ser, assim, a primeira cidade da América do Sul a contar com tal avanço tecnológico.
Os campistas participaram das campanhas abolicionistas e republicana.
A importância de Campos se verifica por sua contribuição à história. Sobretudo, por sua grande importância econômica na produção de açúcar e, mais recentemente, de álcool combustível, bem como a extração de petróleo e gás natural em sua bacia litorânea. 





Pontos Turísticos
PatrimônioCultural:
Campos é considerada a segunda cidade do Brasil em arquitetura eclética, tendo a frente o Rio de Janeiro, mas possui a vantagem de possuir um conjunto compacto. Além dos ecléticos, outros estilos que marcam a arquitetura campista são, principalmente, o neoclássico e o art-noveau. Também se destaca a arquitetura religiosa, rica em exemplares que vão do barroco ao moderno.
Sem dúvida, os Solares (o Solar da Baronesa) originários do Ciclo Áureo do Açúcar são os que mais determinam a magnitude da arquitetura campista, de importância histórica no país.


Atrativos Naturais:
Criada ao longo de milênios pelo generoso rio Paraíba, terra de aluvião, a Planície Goitacá encanta com a sua fauna e flora riquíssima e diversificada, vastidão de verdes de todas as tonalidades, varrida pelo vento nordeste. Campos do Goytacazes se estendem até o oceano Atlântico, ponto inicial da colonização. Possui lindas praias, todas com ondas fortes e desertas. São frequentadas mais por surfistas, mas a população também vai. Em algumas praias, há colônias de pescadores.
     Como atrativos naturais,  destacam-se:
  .  Região das Serras;   .  Praia do Farol de São Tomé;  .  Rio preto;  .  Lagoa de Cima;  . Lagoa impa;  .  Região do Imbé.

Solar dos Airizes

          





           Situado na margem direita do rio Paraíba do Sul, próximo a Martins Laje, foi construído em meados do século XIX. O primeiro imóvel de Campos tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, em 1940, serviu de inspiração e cenário para o escritor Bernardo Guimarães, autor do romance "Escrava Isaura", conhecido mundialmente.

Solar do Barão de Pirapetinga






(construído entre 1861 e 1865)
Leonardo Peres        27/10/2011